quarta-feira, 1 de junho de 2011

Abraços

Miguel Esteves Cardoso:



"As almas gémeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se, sentem-se.

O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio. Não é o "não ser preciso falar" - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do mundo. Como é que um ninho pode ser ninho doutro ninho? Duas almas gémeas podem ser.

Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço.
Quando duas almas gémeas se abraçam , sente-se o alívio imenso de não ter de viver. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdemos desde a nascença."

Abrace!



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